Nebulosidades modernas e pós-modernas.

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14/01/2024 às 08:07
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Resumo.

O conceito de pós-modernismo trouxe uma arena onde se travou amplo debate de grande projeção. A consideração crítica sobre o propósito de capitalismo contemporâneo trouxe as principais indeterminações sobre o movimento. E, historicamente apreciadora ora como movimento estético, epistemológico e cognitivo e, a nova era seria aberta a falta de autorreferência, indicando a etapa de transição, um tanto indefinida e instável. O prefixo “pós” denota ruptura seja no tempo, nas formas e nos conteúdos. E, o desafio só aumento quando Perry Anderson[1] aponta a história das vicissitudes do moderno e de suas múltiplas relações com o tempo e o espaço onde a desapaixonada interpretação procura materializar uma justiça sem contradições.

 

Palavras-chave: Modernismo. Pós-Modernismo. Filosofia. Sociologia. Epistemologia. Ideologia. Capitalismo contemporâneo.

 

Em verdade, os conceitos de modernidade e pós-modernidade vêm sendo utilizados em múltiplos sentidos e, sofrem generalizações danosas o que acarreta confusões e, comprometem o entendimento da trajetória história desses movimentos tão importantes para entender a Era Contemporânea.

A arqueologia do termo "pós-moderno" é feita para identificar os elementos fundamentais da modernidade de forma a estabelecer os principais alicerces da pós-modernidade

O abuso no uso frequente do termo vem a multiplicar-lhe os sentidos e, os paradoxos gritam pelo túnel da história.

O termo pós-modernismo, pós-modernidade, pós-moderno e, também, o moderno e modernidade habitam uma miríade de questões que se travam em muitas ramificações políticas.

É curioso que Richard Rorty[2] seja um dos pensadores mais habitualmente relacionado ao termo, e chegou a afirmar que ninguém faz a menor ideia do real significado do pós-modernismo.

Trata-se de uma palavra que pretende expressa uma ideia. Parecem ser declarações paradoxais uma vez que o pensador foi quem mais escreveu sobre o pós-modernismo e provocou o mais firme golpe na filosofia analítica com The Linguistic Turn[3] e depois a Philosophy and the Mirror of Nature que deu azo a grande proliferação de caminhos chegando até a filosofia analítica.

Destaca-se uma interessante conferência intitulada "What the Hell is Post-Modernism?" traduzindo: O que diabo é o Pós-Modernismo? o referido encontro teve dez participantes de renome, mas não conseguiram chegar ao final acordo sobre o seu exato significado.

Joyce Appleby, Lynn Hunt e Margaret Jacob, no seu livro Telling the Truth About History, referem-se à ubiquidade do termo “nas mais recentes guerras culturais entre tradicionalistas e os seus oponentes" e comentam:

  "it is a notoriously slippery label. At times, it seems as if everyone is a post-modernist; at others, that everyone avoids a category that can be synonymous with nihilism and ridiculous self-posturing. (If you think of both Jacques Derrida and Madonna as post-modernists you get some sense of the definitional problem.)". Joyce Appleby, Lynn Hunt & Margaret Jacob, Telling the Truth About History, New York: W. W. Norton (...).

Neville Kirk tentou identificar as características constituintes do pós-modernismo contrapondo-as às do modernismo em duas colunas separadas, abaixo, in litteris:

Modernismo:

“Elitismo, autoritarismo de fechamento e engenharia social ("Fordismo"); Alta cultura, tradição e profundidade; Austeridade e disciplina; Significados fixos, centros, leis e verdades absolutas ("metanarrativas", como marxismo e freudismo); Holismo; Planejamento; Homogeneidade; Significado; Certeza, estruturas unitárias, por ex. classe e desconstrução, sistemas discursivos, síntese, externalidade da realidade (isto é, realidade "lá fora")”;

Pós-modernidade

“Flexibilidade do consumismo popular, abertura de escolha, oportunidade; A cultura popular e a mercantilização do lazer e da cultura, “pastiche irreverente", "ausência de profundidade artificial"; Brincadeira, hedonismo "descontraído"; Relatividade, indeterminação, contingência, fragmentos de ser, descentralização, histórias de vida (ou "pequenas"); Individualismo; Experimentação, pragmatismo; Heterogeneidade; Significante; Ceticismo,”

Ihab Hassan elaborou uma lista ainda mais desenvolvida, mas a que chamou "esquemática", das diferenças entre modernismo e pós-modernismo

 

Modernismo

“Romantismo/Simbolismo; forma (conjuntiva, fechada); propósito; desenho; hierarquia; maestria/logotipos; objeto de arte/obra acabada; distância; criação/totalização; sinestesia; presença; centralização; gênero/limite; semântica; paradigma hipotaxia metáfora; seleção; raiz/profundidade; interpretação/leitura; significado; lisível (leitor); narrativa/grande história; Código mestre sintoma; tipo; genital/fálico; paranoia; origem/causa; Deus Pai; metafísica; determinação”.

 

 

Pós-modernismo

“parafísica/dadaísmo; antiforma (disjuntivo, aberto); jogar; chance; anarquia; exaustão/silêncio; processo/desempenho/acontecimento; participação; decriação/desconstrução/antítese; ausência; dispersão; texto/intertexto; retórica; sintagma; parataxe; metonímia; combinação; rizoma/superfície; contra interpretação/leitura errada; significante; Scriptible (escritor); antinarrativa/pequena história; idioleto; mutante; polimorfo/andrógino; esquizofrenia; diferença-diferença/traço; o espirito santo; ironia; indeterminação; imanência”.

Curiosamente, Arnold Toynbee adotou o termo que D. C. Somervell empregara na versão abreviada de A Study of History.  Somervell e Toynbee sugeriram a designação de "idade pós-moderna" a começar em 1875, um período segundo Toynbee caracterizado por guer­ras, agitação social e revolução, uma época de anarquia e relativismo total.

O historiador contrapusera à Idade Moderna, caracterizada pela estabilidade social, racionalismo e progresso, outra que, por contraste, lhe sucedera, uma idade de crise ("time of troubles"), marcada pelo colapso do racionalismo e do ethos do iluminismo.

A arqueologia de Best e Kellner prossegue incluindo mesmo o sociólogo americano C. Wright Mills que terá usado o termo em 1959 para referir a época que se segue à Idade Moderna.

A lista prossegue e merece ser consultada como exemplo do fenómeno da voga intelectual que acaba por associar um termo a um autor a quem a paternidade não pertence.

Ao tentarmos uma definição de pós-modernidade. O que se segue é a tentativa de filtrar, de uma infindável lista bibliográfica. Para levá-lo a cabo com algum sucesso, evitarei tanto quanto possível a terminologia que me faria inclinar para a posição de A ou B. Procurarei sobretudo analisar e argumentar com a maior limpidez conceptual que me for possível.

Porque "pós-moderno", como dizem Agnes Heller e Ferene Fehér, "é um conceito em todos os aspectos parasíticos de modernidade", convém começarmos então por esse outro de "moderno" ou, se preferirem, "modernidade".

​O melhor processo de uma aproximação do conteúdo do conceito será identificarmos as crenças dominantes associadas à visão que se sobrepôs à mundividência medieval. Elas são: O universo é conhecível e o ser humano é senhor do seu uso. Todos os seres humanos são livres e iguais

Reconhece-se que a Cora du Bois[4] trouxe  texto inspirador desta síntese, que tenho procurado desenvolver: "The Dominan (...) O ser humano é perfectível.

Ao terceiro axioma está inerentemente associada a ideia de progresso e, dela resultam todas as instituições destinadas a melhorar o ser humano ea torná-lo mais apto a usufruir dos bens viabilizados pelos axiomas anteriores.

A educação, corno meio de perfectibilidade, enquadra-se neste conjunto. Atrás, disse assentar este tripé – ciência/tecnologia, liberdade/igualdade e progresso amalgamando uma valoração ética fundamental: o mundo é bom.

Não no sentido de Rousseau, mas em contraposição à atitude da teologia cristã medieval que considerava o mundo um lugar de passagem, para mais, capaz de pôr em perigo o “Outro Mundo”, o Bom.

Todos nós sabemos quanta influência a teologia protestante (a teologia das realidades terrestres) exerceu na teologia católica que precedeu a criação de um documento como a Gaudium et Spes[5], no Vaticano II.

Quanto à origem protestante dessa atitude positiva em relação ao mundo material, basta recordarmos a tese de Max Weber sobre a ética protestante e o espírito do capitalismo, nomeadamente os capítulos relativos ao surgimento do “ascetismo terreno" por oposição ao ascetismo voltado para o "Outro Mundo".

Se esta síntese consegue englobar os axiomas fundamentais da ideia de modernidade, será então altura de passarmos à de "pós-modernidade".

Vou sugerir, e tentar argumentar devidamente, que esta última não é propriamente a substituição da mundividência moderna, mas uma tomada de consciência das limitações resultantes da implementação dos seus postulados desta.

Na verdade, ao lermos Lyotard ou Foucault, Derrida ou Rorty, Habermas ou Baudrillard, fica-nos a sensação de que o edifício da modernidade não foi destruído, mas as suas bases, que até há um século pareciam sólidas e inamovíveis, já não assentam mais (aliás, não assentaram nunca, apenas se acreditou que assentavam) em superfície inabalável.

Todavia, o edifício não se desmorona só por nos apercebermos de que os seus alicerces têm limites. Analisando um por um os axiomas da modernidade postos em causa pelo pós-modernismo

Não mudou a atitude geral sobre a ciência. Cada vez mais des­membrada em novas subáreas, ela prossegue a sua busca de respostas sobre a constituição do universo.

Com o subtítulo "Science, logic, mathematics, well formulated theories, empirical research", no tex (...)”

O conhecimento empírico-racional continua a não ser posto em causa e por todo o lado poderíamos traduzir o discurso político, desde Clinton a qualquer ministro português ou francês da Educação, nesse conceito chave de Francis Bacon: "knowledge is power".

Os países desenvolvidos não substituíram as suas crenças na ciência e na tecnologia; aperceberam-se simplesmente de que os recursos naturais têm limites e o seu uso pode levar ao abuso e re­dundar em prejuízo dos próprios interesses humanos.

As legítimas preocupações com a poluição, a clonagem, a contaminação do ambiente, as experiências com animais nos laboratórios, não constituem obstáculo nem argumento contra a ciência e/ou a tecnologia, mas levantam sérias questões pontuais sobre abusos.

A liberdade continua a ser um ideal que se quer intocável, e uma considerável franja da humanidade exige agora dos poderes mais atenção a esse outro ideal, o da igualdade.

A democracia, por mais defeitos que lhe queiramos pôr (lembremos a afirmação de Churchill: "a democracia é o pior dos regimes políticos, exceptuados todos os outros") continua igualmente no topo da escala de valores euro-norte-americana.

Qualquer que seja a nossa posição sobre as teses de Fukuyama acerca do fim da história[6], não resta dúvida de que a demo­cracia como regime político continua a não ser posta em causa, e nem sequer os arautos do pós-modernismo o têm feito.

Passadas três décadas do lançamento de “O fim da História e o último homem”, Francis Fukuyama lançou em abril nos Estados Unidos um novo livro, “Liberalism and its discontents” (Liberalismo e seus descontentes, em tradução livre).

Em uma espécie de autocrítica (a evocação no título a um ensaio de Freud, “A civilização e seus descontentes”, traduzido no Brasil como “O mal-estar da Civilização”, é sugestiva), Fukuyama agora acredita que o liberalismo não foi capaz, nas últimas décadas, de corresponder às expectativas criadas, em termos de justiça social.

O que acontece é esta sensação de crescente dificuldade de se conseguir harmonizar os princípios da justiça e liberdade. Quer dizer, o segundo axioma continua intocável, embora hoje, graças a pensadores que vão de Marx a Foucault, tenhamos uma visão muito menos naïve(ingênua) sobre as forças de poder que toldam a limpeza dos conflitos de harmonização[7].

O século XX foi testemunha e, parece que o novo milénio continuará a sê-lo também, de tragédias[8] resultantes da prossecução desses dois princípios.

Como muito bem disse Armand Petitjean, "o mundo está cheio de ideias europeias que se tornaram loucas”. Curiosamente, foi a morte de uma dessas "ideias europeias que se tornaram loucas" – o marxismo – que chamou a atenção para as consequências dramáticas dos outros postulados da modernidade. Outra ideia, o nazismo, teve o seu impacto, mas não acelerou a disseminação do pós-modernismo.

À questão da igualdade, uma vez que a categorização não parece acomodar devidamente a insistência pós-moderna na diferença, ou melhor, no direito à diferença.

 Do meu ponto de vista, essa permanece ainda a ser uma luta pela igualdade, mas aqui com um ajustamento semântico. Os movimentos pós-modernos de afirmação de minorias reclamam que seja estabelecida a sua diferença do mainstream, que se lhes reconheça urna identidade própria para que melhor lhes seja reconhecido o direito à igualdade, que significa, ao fim e ao cabo, uma igualdade de direitos nas sociedades em que vivem.

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Portanto, o objetivo global é ainda a igualdade, na sua dupla dimensão de liberdade e justiça. Se a ideia hegeliana, positivista e marxista de história em contínuo crescimento é hoje encarada como uma uto­pia, os movimentos feministas, gay, verde, antirracista, anticolonialista, e tantos outros, prosseguem na sua confiança quase ilimitada no progresso da sua causa.

O pós-modernismo tem entusiastas entre muitos membros desses grupos. A democratização do ensino continua a ser um dos objetivos de todos os programas governamentais e não conheço pós-modernista que ponha em causa a necessidade da sua existência. Pugnam, sim, por tipos de educação diferentes da institucional. Mas acreditam nela, no progresso e na perfectibilidade dos seres humanos.

Como nos diz Nadja Hermann (2005):

         A educação, que sempre teve uma atração inevitável à unidade, em decorrência de suas bases metafísicas, pode-se beneficiar diante do reconhecimento da pluralidade de novas configurações de sentido que a estética promove, sem abrir mão dos princípios éticos que regulam a vida social, nem entender de forma redutora a busca de aperfeiçoamento moral. A formação do sujeito ético, demanda histórica do pensamento pedagógico clássico e moderno, encontra na experiência aberta da estética, momentos do livre jogo da imaginação que ampliam o eu e o conduzem ao aperfeiçoamento”.

 

E quanto aos abalos provocados pelo pós-modernismo?

O mais sério vem da tomada de consciência das limitações da linguagem. Wittgenstein, Heidegger, Davidson, Derrida, Rorty são alguns dos pensadores que mais contribuíram para este abalo.

Posta em causa a capacidade de a linguagem espelhar o real, em causa fica também toda a epistemologia e, portanto, em princípio, a ciência, já que a linguagem por ela usada não per­mite sair de si própria de modo a poder usufruir-se de um olhar objetivo, ple­namente isento, sobre o real.

Desenvolvendo um pouco esta temática numa nota introdutória à tradução portuguesa de “A Inteligência Em (...)”. Depois, um segundo golpe vem da tomada de consciência dos limites se ter alastrado à esfera da razão.

O reconhecimento da existência de uma zona imensa da realidade que extrapola da alçada da razão deixa expostos à vista desarmada os limites da mesma.

Nenhuma novidade, tanto que Voltaire já expressara essa mesma ideia de outro modo, incidindo no importante papel de freio exercido    “(...) Um terceiro golpe veio da tornada de consciência da contingência dos valores, ao ser-lhes retirado o alicerce segurado na ideia de Deus. Foi a conclusão temida por Dostoievski: "Se Deus não existe tudo é possível.[9]"

Entretanto, como tudo o que o personagem dostoievskiano dizia, a frase de Ivan não continha nem uma afirmação nem uma negação: lançava somente uma dúvida; uma ambígua dúvida da qual Sartre viria a fugir, afirmando: "Deus não existe, e, portanto, tudo é permitido". Ousei retirar da frase de Ivan a consequência contrária: "Vejo que nem tudo é permitido; então, Deus existe". Mas, todo o contexto justifica a assertiva.

Dostoiévski era contra a servidão de classe, defendia a revolução e fazia propaganda do movimento, o que era ilegal. Por isso, foi preso em 23 de abril de 1849, e permaneceu na prisão por oito meses. Assim, em 22 de dezembro, ele e outros prisioneiros receberam a sentença de morte por fuzilamento.

É por isso que sempre considerei irresponsáveis e mal formulados tanto o princípio amoral estabelecido por Sartre quanto o lema leviano e tolo que os tropicalistas herdaram do movimento parisiense de 1968: "É proibido proibir"[10]. Em certa feita, indaguei, de um seguidor do lema, em que se fundamentava tal "proibição de proibir". Ele respondeu que era "numa ética libertária do prazer".

Pressuponho já as perguntas fervilhando: Mas que há de realmente novo nisso? Então, Kant não abalou a objetividade do conhecimento?

E, não teve ele que inventar a razão prática para salvaguardar os princípios éticos e os valores do iluminismo? E, Nietzsche não anunciou a morte de Deus e levou a cabo a desconstrução da moral elaborada pelo cristianismo? E o existencialismo não nos familiarizou com a questão da ausência de sentido?

E Heidegger, e mais ainda o "segundo Wittgenstein", não nos deixaram bem conscientes de estarmos enredados nos (e um pouco à mercê dos) jogos da nossa linguagem?

E, Karl Popper não abalou irremediavelmente os sistemas metafísicos de fundamentação transcendente, tornando-nos conscientes da natureza incompleta das verdades em que hoje acreditamos?

O conceito do “Paradoxo da Tolerância” é talvez das ideias mais famosas de Karl Popper. É irônico, mas não surpreendente, que o conceito tenha sido mal interpretado, distorcido e usado para argumentar em favor do exato oposto que Popper[11] defendeu.

O paradoxo da tolerância tem sido difundido pelas redes sociais através de um cartoon que varia a mensagem de acordo com as motivações da fonte.

O paradoxo da tolerância aparece na obra “A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos”[12]. No livro, Popper[13] identificou e criticou extensamente as ideias filosóficas que deram origem, na opinião do autor, aos movimentos totalitários do século XX. Todo o livro é uma defesa da sociedade aberta e pluralista, da racionalidade e do falibilismo.

A discussão sobre os paradoxos da liberdade, da tolerância e da democracia é feita no primeiro volume, “O Feitiço de Platão”[14] (tradução livre), onde Popper argumenta que as raízes do autoritarismo e da tirania remontam a Platão (que defendeu a ideia do “tirano benevolente”). Mais, concretamente, esses paradoxos são aludidos no capítulo “O Princípio da Liderança”.

Neste livro, Popper tenta desconstruir a falácia da pergunta “quem deve governar?”, que dominou as teorias de soberania, e apresenta a sua solução para o problema, nomeadamente, a substituição pela pergunta “como podemos organizar instituições políticas de forma a que seja fácil retirar maus governantes do poder sem o uso de violência?”

E, toda a estética modernista da viragem do século XIX e de todo o século XX, não é afinal pós-modernista?

O pós-modernismo é urna questão que preocupou e ainda preocupa, sobretudo, as elites intelectuais de esquerda que, após terem durante muito tempo abraçado o marxismo nas suas diversas variantes, perderam a fé nele e viram-se repentinamente sem os fundamentos sobre que assentava a sua mundividência, ou pelo menos a estrutura funda­mental dela.

O marxismo foi a religião secular dos intelectuais de esquerda, tendo sido substituído para muitos a ética do cristianismo. Conclui que antes que o holocausto não provocou nesses setores o desastre que a queda do marxismo desencadeou.

É que as camadas intelectuais partilhavam uma ética inspira­da pelo marxismo que lhes ditava crenças de fundo. Foi aliás essa mesma fé que funcionou como cegueira perante as denúncias de Gulag.

Paira hoje, um pouco por todas as sociedades avançadas, uma sensação de insegurança, de descrédito nas grandes utopias e até mesmo em ideais e projetos de largo alcance.

Huyassens identificou esse estado de espírito coletivo nos seguintes termos: Huyssens (1984), citado em David Harvey, p.39. In litteris:

            “What appears on one level as the latest fad, advertising pitch and hollow specta­cle is part of a slowly emerging cultural transformation in Western societies, a change in sensibility for which the term “post-modern66” is actually, at least for now, wholly adequate. The nature and depth of that transformation are debatable, but transformation it is. I don’t want to be misunderstood as claiming that there is a wholesale paradigm shift of the cultural, social, and economic orders; any such claim clearly would be overblown. But in an important sector of our culture there is a noticeable shift in sensibility, practices and discourse forma­tions which distinguishes a post-modern set of assumptions, experiences and propositions from that of a preceeding period”.

O sentido dos limites e das obstruções de toda a ordem; o reconhecimento das distâncias entre as utopias e a sua concretização, entre as ideologias[15] e a práxis[16]; a consciência mais funda dos conflitos inevitáveis na obtenção de bens antinômicos – como a liberdade e a justiça, por exemplo – e, das tensões entre tendências divergentes – como o indivíduo e a sociedade – que caracterizam o cerne da mundividência pós-moderna. Daí aos exageros do anything goes.

Do reconhecimento do fato de nenhuma proposta ética ter qualquer justificação última puramente racional, ou de todas estarem no mes­mo plano, à conclusão de que desapareceram os cânones, as hierarquias estéticas, éticas e mesmo epistemológicas, vai um salto abissal. E, no entanto, vemo-lo dado com enorme frequência.

Estabelecerem distinções analíticas entre dicotomias até há pouco tidas como plenamente defensáveis: sujeito-objeto; fato-valor; análise-síntese; história-ficção; razão-emoção; aparência-realidade; descrição-avaliação, realidade-discurso e tantas outras mais.

O erro corrente consiste em declarar-se a impossibilidade de se estabelecer qualquer distinção, transformando tudo numa imensa mônada leibnitziana. O que, com um pouco de esforço argumentativo, se poderia mesmo levar ao reducionismo total, nada mais nos restando do que uma mônada imensa como o universo, sobre o qual nada será possível dizer. Mas ou tudo é uma mônada, ou se reconhece diferenças.

Os intelectuais e acadêmicos poderão achar que não é legítimo cogitar em diferenças, mas o resto da humanidade fá-lo. E, os intelectuais também, aliás, pois ganham a vida precisamente a estabelecer distinções conceptuais.

Quando como um caso de plágio ou difamação na imprensa, até recorrem aos tribunais para fazerem valer a força das suas distinções. Nunca vi nenhum pós-modernista aceitar a explicação de não se poder estabelecer diferença entre um comentário e uma difamação. Porém, juridicamente[17], há concreta diferença.

Os conceitos têm um centro, mas são abertos. Todos sabemos o que é uma mesa, mas não há dicionário capaz de explicar todas as características que a distinguem de um banco. E, no entanto, todos sabemos distinguir uma mesa de um banco.

Os problemas surgem é nos casos intermédios. Mas pelo fato de surgirem dificuldades, ambiguidades, indefinições, aporias relativa­mente a situações intermédias, ninguém deixa de saber o que seja uma mesa e um banco.

Outro exemplo? Por ninguém conseguir estabelecer, com rigor, onde termina o braço e começa a mão, ninguém vai negar a existência da mão ou do braço.

O problema complica-se com o surgimento do pulso. No entanto, trata­se apenas de uma questão de reducionismo. Fazemos um zoom sobre uma realidade mais pequena.

Continua a existir um pulso, embora ninguém saiba exatamente em que décimo de milímetro ele é já mão ou braço? Um exemplo idêntico poderá ser constituído pela cabeça, o tronco e o pescoço de permeio.

O problema está, pois, nas periferias, nas sobreposições, e nas indeterminações inerentes a qualquer conceito, sobretudo aos conceitos abstratos que captam realidades humanas.

Isso torna muito problemática a linguagem estética, a da ética, mas também, embora menos, a da história e a das ciências sociais. A essas mesmas dificuldades não escapam nem a biologia nem a química ou a física, se bem quem em muitíssimo menor grau.

A indefinibilidade, a ambiguidade, a polissemia e, tantos outros termos do gosto pós-moderno cometem a falácia que poderíamos chamar de generalização do cinzento.

Por existirem zonas cinzentas onde dois termos osmoticamente se misturam, não significa deixarem de existir zonas brancas (ou a tenderem para o branco), suficientemente distintas de outras pretas (ou a tenderem para ele). Isto equivale a dizer-se que com os conceitos ocorre o fenómeno captado nos diagramas das curvas de Bell[18].

Os dicionários são a maior prova dessa realidade inultrapassável. Cada termo é definido por aproximações a outros. Mas isso não significa que exista identidade entre todos eles.

Cada termo esbate-se mais e mais à medida que se afasta do centro. Se cada um tem um vizinho semântico que lhe é quase idêntico, ele vai-se distanciando gradativamente, como se num desenho de Escher.

As semelhanças entre um termo e os seus vizinhos diminuem à medida que aumenta a série destes.  Uma mesa, a dada altura da série de muitas formas em que pode surgir, passa a ser um banco, como no arco-íris o amarelo se trans­forma em laranja.

Na maior parte dos casos, o que pode debater-se é se ainda é amarelo ou já laranja. As divisões que estabelecemos são na verdade convencionais e por isso não indispensáveis. Variam mesmo de língua para língua.

 Em momentos específicos, é possível determinar analiticamente que a realidade até então coberta pelo termo x se transformou o suficiente para se passar a denominar y.

Não estou a solucionar a questão. E, tenho plena consciência das sérias dificuldades levantadas pelas áreas cinzentas.

Voltando a Chisholm, lembro-me de um colega ter escrito um ensaio inteiro a demonstrar que não só existia a realidade da sombra e a do buraco do doughnut[19], de que cogitara Chisholm na aula, mas existia igualmente essa outra realidade distinta que era a do buraco na sombra do doughnut.

No entanto, como nos argumentos de Zenão, a possibilidade de divisão é infinita, na prática ninguém funciona assim. Os tribunais estão cheios de exemplos de gradações semânticas. E, pior, de interpretações semânticas...

Exemplifico com esta história real: Um dia alguém ligou para um advogado, que era meu amigo que sendo um irlandês-americano, aprendeu algum português no Brasil e, na Nova Inglaterra, tem com frequência clientes portugueses.

Queria pedir-me para ir depor no tribunal. Um cliente seu, em altercação num bar com um compatriota, chamara de “puta” à mulher dele. De mim, que queria então o advogado?

Que fosse ao tribunal, como perito em língua portuguesa, explicar pura e simplesmente que em português a palavra "puta" tem inúmeros sentidos. Putare em latim significa literalmente imaginar.

Alguns argumentos sobre estética e ética[20] noutros lugares e, por isso, limito-me aqui apenas a argumentos de ordem epistemológica. Estou a ser pragmático, reconheço.

Evidentemente que pressuponho a geral aceitação da possibilidade do conhecimento, enquanto ignoro o cepticismo, apesar de sabê-lo um sério problema filosófico.  De acordo. Mas prossigo dentro da atitude pragmática de responder ad hominem a alguns exageros pós-moder­nistas.

Se teoricamente o conhecimento – o knowledge as justified true belief da filosofia analítica – é metafisicamente impossível de obter-se e demonstrar-se em absoluto, na prática o ceticismo coerente é indefensável. Com efeito, não conheço cépticos a sério. E, creio que se conhecesse, aplicaria a solução proposta por já não sei quem:

Deem-me um cético que eu mandá-lo-ei caminhar em direção a um precipício com ordem de nunca parar. Se, ele se deter à beira do precipício, acabou-se o ceticismo.  Se continuar, acabou-se o cético.

A fragmentação do eu, a despersonalização, a ausência de centro, o infindável debate sobre a mente-corpo ou sobre a consciência não eliminam nenhuma das   nossas questões diárias, nem o fato de existirmos como indivíduos com necessidades, interesses e desejos. Tal como a teoria da relatividade não alterou a vida do planeta e os cientistas continuaram a servir-se normalmente das leis de Newton.

Quando muito, voltaremos de novo ao eterno problema da liberdade e do determinismo, tão antigo como a filosofia, nada pós-moderno portanto.  A falta de solução teórica para questões milenárias sobre o ser humano nunca impediu a humanidade de agir e funcionar corno se tivesse respostas.

Nenhum postulado do pós-modernismo parece iluminar essas questões. Poderá, todavia, desmobilizar aqueles que acham que a busca, a procura de respostas, deve continuar a animar os que sentem inquietações.

O sujeito nunca consegue libertar-se completamente de si próprio na busca da realidade que se propõe conhecer, isso não significa que seja legítimo estabelecer-se um continuum intransponível entre o sujeito e a realidade a ponto de se negar toda e qualquer objetividade.

 A teoria da relatividade tem quase um século, o princípio da indeterminação tem pelo menos meio. Mas essas são realidades do universo microfísico.

Para todos os devidos efeitos o mundo continua a funcionar em moldes semelhantes aos da engenharia: não temos respostas últimas sobre as strings, os genes, ou o núcleo do átomo (e nunca eventualmente as teremos), mas continuamos a construir alicerces cada vez mais sólidos para pontes e arranha-céus, capazes de resistirem aos mais violentos desastres naturais conhecidos.

Entretanto, porque esta dicotomia é demasiado abrangente e problemática, permitam-me que passe à segunda, afinal um aspecto parcelar da primeira, e por isso mais facilmente tratável: se distinguir entre facto e valor não se pode concluir pela abolição da diferença. As consequências seriam contra-intuitivas e imobilizadoras, nomeadamente no caso da história.

Refere-se ao congresso sobre o tema "After Post-Modernism" anuncia­do nos Proceedings of the American Philosophical Association e realizado na Universidade de Chicago. Consultei na Internet a página indicada na notícia.

Na nota introdutória à publicação eletrônica das comunicações deparei com estas afirmações dos organizadores: "What Post-Modernism teaches is not new. Heraclitus said, "You cannot step into the same river twice" and his student added, "not even once, since there is no same river."

E, mais adiante: "recently a competent anthropologist’s report on his field work engendered lively ques­tions. Then he said: 'From postmodernism we know that there are no facts, so I can really say anything I want.' It stopped the discussion."

Este pequeno incidente capta e ilustra na perfeição o cerne do problema no debate actual sobre a objetividade em história.

Sobre as ciências sociais em geral, onde a questão do fato e valor é crucial.  “O Capital”, de Karl Marx, quer se concorde com ele ou não, é uma tentativa séria de compreender e interpretar a realidade, uma tentativa de abordá-la cientificamente.

“O Manifesto Comunista”, porém, é um programa político, uma agenda política, com o objetivo de intervir na realidade para a alterar. Busca-se ou promove-se valores e não explicações científicas. O debate democrático das ideias é que deverá fazer vingar as interpretações do real com maior poder de penetração nele.

Em síntese, embora conscientes da incapacidade de sermos objetivos, não podemos deixar de tentar. E, todas as nossas tentativas serão sempre de um determinado ponto de vista, porque o privilégio da God’s eye view não estará jamais ao nosso alcance.

Não podemos aspirar mais à verdade com letra maiúscula, essa terceira verdade da canção dos "Extreme", o famoso grupo de rock que tem um luso-americano por estrela,

Nuno Bettencourt: "Há sempre três verdades: a tua, a minha e a verdade"[21]. Essa, que como uma bola de mercúrio parece constantemente evadir-se-nos das mãos, que nos surge multifacetada, poliédrica, às vezes gestáltica, contraditória e desconexa, deve continuar a ser o motor da busca trimilenária em que embarcámos. Mesmo com a convicção de, quando supomos possui-la, nunca podermos ter a certeza absoluta dela, nem de ela continuar a parecer-nos a mesma no dia seguinte.

De qualquer modo, a própria dúvida do dia seguinte deverá ser motivada por aquela pergunta que o velhinho Roderick Chisholm nos fazia nas aulas de Metafísica quando laboriosamente, durante um seminário de duas horas, procurávamos aperfeiçoar o rigor de uma afirmação escrita no quadro:  "Are we getting closer to the truth?"

Sobre esta dicotomia, gostaria apenas de chamar a atenção para uma confusão frequente surgida a propósito de António Damásio e a dicotomia emotividade-racionalidade[22]. Não foi Damásio quem descobriu as emoções nem que elas se misturavam com a racionalidade.

O que o justamente prestigiado investigador português demonstrou em Descartes’s Error[23] foi que ambas essas dimensões são, em última análise, indissociáveis uma vez que uma região do cérebro parece ser responsável pelas emoções e que, na ausência delas (mesmo por razões físicas, como no caso estudado por Damásio, em que o doente ficara com um furo no cérebro), a pessoa fica sem motivações para optar por A ou B.

 Isso não significa que a ideia de racionalidade deva desaparecer das nossas vidas porque tudo passa agora a ser apenas emotividade. A racionalidade há muito que vem sendo en­tendida como uma grelha ou rede de implicações que, aplicada a opções de fundo que a ultrapassam e transcendem, oferece regras de trânsito lógico entre elas.

Os valores, as crenças estão para além a racionalidade, que apenas esta­belece essas conexões lógicas entre uns e outras e ainda entre as opções e objetivos que uma pessoa faz ou se propõe.

Como argumenta Cristopher Norris, o pós-modernismo nada pode fazer para pôr em causa as formas de injustiça e opressão, uma vez que não oferece argumentos, recursos críticos, nem critérios de fundamentação.

A condição pós-moderna é hoje real e concreta. Quer queiramos quer não, a fragmentação operou-se e os argumentos podem geralmente pouco contra qualquer fé.

Para além da importância do reconhecimento das limitações teóricas e práticas que a história intelectual dos últimos cem anos nos tornou patentes, argumentos como este que aí fica à consideração do leitor servem pelo menos para confirmar a opinião dos convencidos de que os ideais da modernidade ainda não estão ultrapassados.

Eles poderão, aliás, dentro do melhor espírito pós-modernista, continuar a investigar na área ou áreas que os apaixonam. Se o mundo de hoje é fragmentado e poliédrico, no mínimo essa atitude enriquecerá o pluralismo democrático das ideias.

Jürgen Habermas[24], um dos pensadores contemporâneos que mais se tem debruçado sobre a questão da modernidade, afirmou que "até onde é possível descortinarmos, ainda não existe nenhuma alternativa à modernidade que está hoje consciente das suas contingências".

 Nesta frase, encontrada depois de escrito já este texto, serve perfeitamente para terminá-lo. Dir-se-ia que o iluminismo, apesar das luzes que nos trouxe, se vê hoje menos claro[25] (o antropólogo Clifford Geertz usou uma magnífica expressão em título de um dos seus mais recentes livros: Available Light).

Mas é o que podemos ver com a luz de que dispomos. Essa pouca luz é ainda bem melhor que as trevas. Além disso, como nos lembrou Rorty, essa é a nossa melhor esperança

Recordo que, nos Estados Unidos, são os liberais e a esquerda (os círculos em que mais se fala de pós-modernismo) os maiores objetores de qualquer intervenção do Estado na Internet, apesar dos sérios perigos que correm as crianças e os adolescentes. A defesa tem sido feita sempre com base na Primeira Emenda à Constituição, isto é, o direito à liberdade de expressão.

O pós-modernismo foi um período que sucedeu o modernismo, um movimento artístico que impactou as artes, literatura e arquitetura no Brasil e no mundo todo.

Nesse sentido, o pós-modernismo se iniciou em meados do século XX, aproximadamente em 1945, e se consolidou após a queda do muro de Berlim, em 1989.

Assim, entre 1948 e 1961, aproximadamente três milhões de pessoas abandonaram a Alemanha Oriental. No meio dessa quantidade enorme de pessoas, estavam professores, engenheiros e médicos, isto é, mão de obra qualidade de enorme importância.

Essa fuga da população e de mão de obra qualificada alarmou as autoridades da Alemanha Oriental e, então, ideias para acabar com esse êxodo começaram a ser debatidas.

A partir de 1958, a Stasi foi mobilizada, mas os resultados não foram muito bons. A própria polícia secreta alemã sugeriu que o controle desse êxodo populacional só teria eficácia por meio de uma barreira física. Assim, em 1961, as autoridades da Alemanha Oriental pediram autorização para construir o muro."

A queda do muro de Berlim significou o fim da Guerra Fria, a falha intrínseca do sistema comunista e a não aceitação do homem por regimes totalitários. O evento possibilitou a unificação da Alemanha. A queda do muro de Berlim também significou a união ou a reunião de um povo.

A queda do muro de Berlim[26], construído em 1961, representeou o fim da divisão existente entre as Alemanhas e foi um marco do enfraquecimento do socialismo no mundo. A queda do Muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética (1991) são fatos que simbolizaram o fim da Guerra Fria.

O pós-modernismo se deu com o avanço dos meios de comunicação e da evolução tecnológica que marcaram a segunda metade do século XX. Nesta época, a sociedade absorvia diversos conceitos e tendências relacionados a era digital e a globalização[27].

Esses conceitos e tendências que formaram o pós-modernismo. Atualmente, essas tendências do pós-modernismos ainda vigoram na literatura, arquitetura, artes plásticas, esculturas e muito mais. Pasmem, até no Direito[28]. Sendo assim, o pós-modernismo está intimamente relacionado com a comunicação[29].

 

Referências

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Onésimo Teotónio Almeida, «Modernidade, pós-modernidade e outras nublosidades», Cultura [Online], Vol. 22 | 2006, posto online no dia 25 junho 2015, consultado o 15 abril 2023. URL: http://journals.openedition.org/cultura/2147; DOI: https://doi.org/10.4000/cultura.2147

ANDERSON, P. As Origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. 188p.

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. O direito na pós-modernidade. Disponívelem:htps://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/download/2177-7055.2008v29n57p131/13642/46105 Acesso em 4.12.2023,

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HOBSBAWM, Eric. Guerra, paz e hegemonia no início do século XXI. In: Globalização, democracia e terrorismo. Tradução: José Viegas. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

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Sobre a autora
Gisele Leite

Professora universitária há três décadas. Mestre em Direito. Mestre em Filosofia. Doutora em Direito. Pesquisadora - Chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Jurídicas. Presidente da Seccional Rio de Janeiro, ABRADE Associação Brasileira de Direito Educacional. Vinte e nove obras jurídicas publicadas. Articulistas dos sites JURID, Lex Magister. Portal Investidura, Letras Jurídicas. Membro do ABDPC Associação Brasileira do Direito Processual Civil. Pedagoga. Conselheira das Revistas de Direito Civil e Processual Civil, Trabalhista e Previdenciária, da Paixão Editores POA -RS.

Informações sobre o texto

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